Existem pessoas que nos querem mal mas que nada do que fazem nos afectam
Existem pessoas que nos querem bem e o mal que nos causam não tem como explicar ou descrever
Há pessoas que nunca mudam
Mesmo quando lhes sai da pele
Mesmo quando se lhes dá outra oportunidade
Vai ser sempre da mesma forma
A dor que causam será perdoável?
Como é que algo tão simples tão fácil pode correr sempre tão mal?
Saberão essas pessoas o impacto que têm na vida dos outros?
Mesmo quando se explica
O que pensarão essas pessoas?
O que as leva a agir assim?
Desconhecimento não é
O comportamento humano é previsível
Pelo que a história tende a repetir-se
E num momento no tempo
O paradigma passa a ser
Habituamos-nos nós ou desistimos
E a decisão tem que ser para sempre
Sendo o sempre o espaço temporal que
Conduz á reinvenção
Que nos faz largar as peles usadas e gastas
E criar novas
E tudo porque existem expectativas
E compromissos
E sentidos
E toda essa panóplia de coisas complicadas que inventámos
Para descrever brilhos e esconder a nossa miséria
A de que somos seres difíceis
Agindo na escuridão
Do nosso egocentrismo
Não suportamos verdades frontais
Talvez uma meia verdade
Uma verdadezinha suave com elogios à mistura
Para não magoar
E o curioso
é que fazemos isso com os outros
Mas também connosco
De mim para mim
Deixa-me ficar por aqui
Esconder parte
Esquecer o resto
A sociedade quer-se em tons pasteis
A humanidade quer-se leve e sorridente
O resto deixa debaixo do tapete
Ninguém vê ninguém sabe
E quem sente é tolo